Nossas vidas, inevitavelmente, são quase sempre alvo de situações bastante incomuns. O que ocorre é que o destino manipula nossa sorte o tempo todo e às vezes o que ele nos propõe é exatamente aquilo que não é interessante no momento. Na realidade, sabemos que este “presente” é o que queremos para nosso futuro, mesmo com alguns contratempos. Dan (Steve Carell) é um viúvo pai de três filhas que há certo tempo não tem sorte na vida afetiva. Mas quando adentra uma livraria conhece Marie (Juliette Binoche) e logo tem a certeza de que ela é o ar fresco que ele necessitava em sua vida. Eufórico, ele chega em casa e conta a novidade para o irmão, Mitch (Dane Cook), o qual, mais tarde, apresenta a nova namorada à família: Marie.
Pronto. A vida de Dan que em segundos mudou por conhecer Marie, na mesma fração de tempo vira de cabeça para baixo, pois só ele e ela sabem “um do outro”. O mais interessante acerca do roteiro de Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (Pierce Gardner e Peter Hedges) é que ele explicita a vida de Dan da forma mais completa possível, ou seja, coloca toda a sua família (imagine uma família grande e que gosta de dar opiniões e conselhos) no centro da situação e, assim, promove cenas que vão das mais hilárias até as mais dramáticas. O que também é de se louvar no texto é a exposição da complicada – e complexa, por que não? – relação do personagem principal com suas três filhas Jane (Alison Pill), Cara (Brittany Robertson) e Lilly (Marlene Lawston); mas esta dificuldade de relacionamento deve-se ao fato de que ele não consegue manejar os momentos em que está com elas, sempre tentando ser o mais pragmático possível. A sensibilidade também está completamente fixada no roteiro. A cena em que a família “apresenta”, num ato de brincadeira, um espetáculo circense e Dan e Mitch cantam juntos é genial e mais um ponto incrível do texto, uma vez que utilizam a letra de uma música para ditar uma maneira de expressão.
O mesmo Peter Hedges que roteiriza é quem dirige. E o faz de forma enxuta, é verdade, mas competente. O que é importante citar é que Peter tem uma carreira mais sólida, por ora, como roteirista (sendo indicado, em 2002, ao Oscar de Roteiro Adaptado por Um Grande Garoto). Entretanto, a sua estréia na direção já era uma previsão de que ele também é bastante inteligente com a “câmera na mão” (Do Jeito Que Ela É, tal estréia, vale ser visto). O bom de ter o mesmo roteirista e diretor se deve ao fato de ele saber o que é interessante inserir na fita e o que não é, seguindo o texto. Percebam, por exemplo, na inserção da cena em que Dan e Marie se conhecem: o fato ocorre dentro de uma livraria onde existem ao mais diversos tipos de romance o que nos convida à escolha e nos incita a pensar que tudo pode acontecer, se nós quisermos.
A direção, pra ser sincero, tem seu auge no que tange o suporte ao elenco: o trabalho dos atores é maravilhoso. Steve Carell, simplesmente, na melhor atuação de sua carreira. Mostra nuances cômicas, mas sempre com o olhar vago e triste denotando não estar bem, apesar de tudo. Juliette Binoche (que tem, pra mim, uma das melhores atuações da história em A Viúva de Saint Pierre) também é sensacional e o mesmo digo de Dane Cook (apesar de não gostar dele). As jovens filhas de Dan, interpretadas por Alison Pill, Brittany Robertson e Marlene Lawston são de uma expressividade ímpar, principalmente as duas primeiras. Dianne Wiest, que teve sua atuação pouquíssimo comentada, brilha em todas as cenas que aparece e digo o mesmo de Emily Blunt que, em uma cena, é incrível. E assim, apareceu um filme que demorei muito tempo para assistir mas que, no fundo, sabia que era uma surpresa. Algo que prima pelo simples, mas, em contrapartida, se faz gigantesco em seu desenvolvimento e, principalmente, em seu belo desfecho.
Nota: 9,0
Pronto. A vida de Dan que em segundos mudou por conhecer Marie, na mesma fração de tempo vira de cabeça para baixo, pois só ele e ela sabem “um do outro”. O mais interessante acerca do roteiro de Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (Pierce Gardner e Peter Hedges) é que ele explicita a vida de Dan da forma mais completa possível, ou seja, coloca toda a sua família (imagine uma família grande e que gosta de dar opiniões e conselhos) no centro da situação e, assim, promove cenas que vão das mais hilárias até as mais dramáticas. O que também é de se louvar no texto é a exposição da complicada – e complexa, por que não? – relação do personagem principal com suas três filhas Jane (Alison Pill), Cara (Brittany Robertson) e Lilly (Marlene Lawston); mas esta dificuldade de relacionamento deve-se ao fato de que ele não consegue manejar os momentos em que está com elas, sempre tentando ser o mais pragmático possível. A sensibilidade também está completamente fixada no roteiro. A cena em que a família “apresenta”, num ato de brincadeira, um espetáculo circense e Dan e Mitch cantam juntos é genial e mais um ponto incrível do texto, uma vez que utilizam a letra de uma música para ditar uma maneira de expressão.
O mesmo Peter Hedges que roteiriza é quem dirige. E o faz de forma enxuta, é verdade, mas competente. O que é importante citar é que Peter tem uma carreira mais sólida, por ora, como roteirista (sendo indicado, em 2002, ao Oscar de Roteiro Adaptado por Um Grande Garoto). Entretanto, a sua estréia na direção já era uma previsão de que ele também é bastante inteligente com a “câmera na mão” (Do Jeito Que Ela É, tal estréia, vale ser visto). O bom de ter o mesmo roteirista e diretor se deve ao fato de ele saber o que é interessante inserir na fita e o que não é, seguindo o texto. Percebam, por exemplo, na inserção da cena em que Dan e Marie se conhecem: o fato ocorre dentro de uma livraria onde existem ao mais diversos tipos de romance o que nos convida à escolha e nos incita a pensar que tudo pode acontecer, se nós quisermos.
A direção, pra ser sincero, tem seu auge no que tange o suporte ao elenco: o trabalho dos atores é maravilhoso. Steve Carell, simplesmente, na melhor atuação de sua carreira. Mostra nuances cômicas, mas sempre com o olhar vago e triste denotando não estar bem, apesar de tudo. Juliette Binoche (que tem, pra mim, uma das melhores atuações da história em A Viúva de Saint Pierre) também é sensacional e o mesmo digo de Dane Cook (apesar de não gostar dele). As jovens filhas de Dan, interpretadas por Alison Pill, Brittany Robertson e Marlene Lawston são de uma expressividade ímpar, principalmente as duas primeiras. Dianne Wiest, que teve sua atuação pouquíssimo comentada, brilha em todas as cenas que aparece e digo o mesmo de Emily Blunt que, em uma cena, é incrível. E assim, apareceu um filme que demorei muito tempo para assistir mas que, no fundo, sabia que era uma surpresa. Algo que prima pelo simples, mas, em contrapartida, se faz gigantesco em seu desenvolvimento e, principalmente, em seu belo desfecho.
Nota: 9,0
Informações sobre o filme, clique aqui.
Eu AMEI esse filme. Foi um dos meus 10 favoritos do ano passado por causa de sua simplicidade, da maneira como a história nos é contada, por ter um elenco ótimo e por ter cenas que, até hoje, estão em minha lembrança.
ResponderExcluirPois é. Acho tao legais estes filmes que tiram o roteiro de um simples episódio da vida cotidiana e conseguem ser interessantes (e até inovadores)! Como para a Kamila, "Dan In real Life" também foi um dos meus 10 filmes favoritos de 2008!
ResponderExcluirP.S Que tradução pooodre!!
Esse filme foi uma completa surpresa pra mim! Achei ele sincero e sentimental, além de ter o melhor desempenho da carreira do Steve Carrell!
ResponderExcluirKAMI, exatamente. Eu tenho raiva de mim mesmo por não tê-lo assistido antes de completar minhas listas de melhores do ano. Ele entraria, com louvor!
ResponderExcluirWEINER, exatamente. De algo simples, eles tiraram ouro. E, concordando de novo, a tradução é horroroooooosa! Pq não "Dan e a Vida Real" ou, literalmente, "Dan na Vida Real"?! Abs!
MATT, concordo sobre a atuação de Steve!
Ainda não tive a oportunidade de assistir.
ResponderExcluirConsidero Steve Carell um bom ator, não apenas um comediante. Ele já mostrou isso em outros filmes e aqui pelo jeito ele tem mais uma boa interpretação.
Abraço
Realmente, "Dan in Real Life" foi uma das gratas surpresas do ano que passou. Simples, sincero e gostoso de assistir. Com um elenco bem afinado e com a melhor atuação da carreira de Steve Carell.
ResponderExcluirBeijos e tenha um ótimo fim de semana! ;)
Adoro esse filmes, até tenho um post pronto envolvendo a música do filme, que por sinal ficou ótima contada pelo Steve.
ResponderExcluirNão sei, se foi impressão minha, mas acho que o filme fala muito da solidão... Porque mesmo estando em uma enorme reunião familiar, ele se sente solitário. E como se não ligassem para ele... tanto que fica com pior cama. Sem contar, ele tendo que lidar com as filhas, sem uma mãe.
Abraço..
A fórmula é nada nova. O caminho para o final é problemático. Um pouco esquemático (mesmo que isso seja um fator a ser considerado positivamente, pois as maiores emoções do filme surgem nestes momentos). Não gostei.
ResponderExcluirAbs!
Adoro esse filme, Kau. "Dan in Real Life" foi uma das mais belas surpresas que surgiram em nossos cinemas no ano passado, até porque não dava nada pelo filme por causa de seu título nacional.
ResponderExcluirHUGO, neste filme Steve mostra o seu lado cômico. Mas sua atuação é, na verdade, moldada no drama. Muito, mas muito boa! Abs!
ResponderExcluirMAYARA, concordo com você. Beijos e ótimo fds!
THIAGO, eu acho que essa sensação de solidão é, na verdade, a vontade de Dan em reencontrar o amor. Mas perceba que ele nunca esteve só, mesmo quando teve que sair obrigado com a personagem de Emily Blunt. Abs!
PEDRO, sério?! Eu já, ao contrário, achei tudo bastante original e bem feito. Mas é questão de opinião e vc tem credibilidade para ñ gostar hahahaha. Abs!
VINÍCIUS, como eu disse ao Weiner, acho que o título prejudica o filme. Muitos amigos não quiseram assistí-lo por este motivo. Algo mais literal seria adequado, né?!
Cara, eu já tinha gostado da idéia do flme mas fiquei enrolando... Agora com seu aval, acho que vou pegar, rs...
ResponderExcluirAbraços...
Caramba, lendo seu blog eu poderia jurar que vc fazia algo na area de comunicação ou cinema. Fiquei curiosa e resolvi ler seu perfil: "quase farmaceutico"? Como assim??? rsrs
ResponderExcluirGostei muito da sua descrição no perfil. Parabéns. :)
Gostei muito desse filme. O elenco é ótimo. Uma comédia romântica quenão faz o espectador de bobo. E no final ainda tem Sondre Lerche tocando ao vivo.
ResponderExcluirAbs!
NESPOLI, vou te encher a paciência até que assista ao filme!!! Abs!!
ResponderExcluirMABELLE, bem-vinda. E é isso mesmo... "quase farmacêutico"! Escrever sobre arte é um hobby, apenas. Obrigado pelos parabéns e apareça mais vezes!
DUDU, exatamente; o filme não nos faz de idiotas. Abs!
Adorei tanto como tu, Kau. De tão simples, nasceu um filme que encanta. Eu fiquei maravilhado!!!!!
ResponderExcluirAbraço.
RED, concordo com vc. Abs!
ResponderExcluir