No filme conhecemos Christine que, como já disse, tem uma vida aparentemente perfeita. Num dia como outro qualquer a senhora Ganush (Lorna Raver) vai até o banco onde a moça trabalha como corretora de empréstimos e pede um acréscimo de crédito para poder pagar sua casa, mas Christine nega o pedido da misteriosa senil. Ganush, numa sequência impressionante, faz de tudo para deixá-la desesperada num mar de agonia e desespero e, de quebra, joga uma maldição na pobre moçoila. A partir daí é que o filme realmente começa. Aparições do espírito maligno, redemoinhos em que folhas se espiralizam no ar, panelas que se chocam, a casa que faz barulhos horríveis: Christine agora pediu nunca ter nascido. Para tentar resolver tudo, ela recorre a um sortista que, de pronto, confirma que o espírito maléfico Lâmia está na vida da moça; e pior: durante os três primeiros dias, ele apenas aterrorizará Christine e no terceiro a levará às profundezas do inferno. Várias instruções do sortista são executadas pela jovem, mas todas falham, até que entra em cena uma médium (Adriana Barraza, espetacular) que já havia sido tocada pelo mesmo espírito e tinha o desejo de aniquilá-lo. E temos aqui, o ápice do filme. Duas sequências que precedem o desfecho e que me deixaram sem fôlego, apavorado. Ao lembrar delas, após a sessão, passei mal - e juro que isso não é frescura. Apesar de ter cantado a pedra da conclusão do filme, a cena final é impecável.
domingo, 30 de agosto de 2009
Arrasta-me Para o Inferno
sábado, 29 de agosto de 2009
Década: Roteiro Original
10. Gilbert Adair, Os Sonhadores
9. Giuseppe Tornatore e Massimo De Rita, A Desconhecida
8. David Lynch, Império dos Sonhos
7. Julian Fellowes, Assassinato em Gosford Park
6. Guillermo Del Toro, O Labirinto do Fauno
5. Duncan Tucker, Transamérica
4. Sofia Coppola, Encontros e Desencontros
3. Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
2. Darren Aronofsky, Fonte da Vida
1. Charlie Kaufman, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Romance
O interessante no roteiro de Arraes e Jorge Furtado é que a lenda é, primeiramente, inserida no filme da forma mais direta possível. Explico: Pedro (Wagner Moura) é um ator e diretor de teatro que se apaixona por Ana (Letícia Sabatella) ao contracenar a peça Tristão & Isolda com a moça. Entretanto, devido à dedicação de Ana à televisão, os dois acabam se separando. Neste período a vida de Ana e Pedro seguirá o curso normal de qualquer ser humano, no qual há constantes encontros e desencontros. Após alguns anos separados, o casal volta a se encontrar – novamente por causa dos personagens Tristão e Isolda – para filmarem a versão televisiva da peça. Diálogos reais se confundem com falas da produção e tudo é, claramente, uma celebração ao teatro e, principalmente, ao artista.
Como disse no outro parágrafo, a lenda é, em primeira instância, mostrada de forma nua e crua, ou seja, encenada. Contudo, podemos perceber que a história de amor de Pedro e Ana é quase que uma alegoria moderna do romance “vivido” pelos personagens celtas; isto é, um modelo de amor trágico do nosso tempo. Desta forma, o conto está presente tanto na parte fictícia do filme, quanto na parte real. E não pensem que Guel propõe comparações entre surrealismo e realidade, pois simplesmente deixa o espectador se deleitar com um romance por ora nos palcos, e por ora no mundo real. Inserir personagens secundários foi uma decisão acertada, já que a fita necessitava de um maior teor de recheio. Entram em cena, por exemplo, Fernanda (Andréa Beltrão) e Orlando (Vladimir Brichta) os quais terão importantes tarefas para fazer com que a conclusão da história seja impecável. E, claro, esta conclusão é maravilhosa e nos deixa com um sorriso lindo no rosto.
Guel Arraes apresenta, sem rodeios, seu melhor trabalho de direção. Seus planos são brilhantes e a condução do belo roteiro é simplesmente perfeita. A trilha sonora – de Caetano Veloso – vem para deixar tudo mais claro e simpático e o mesmo digo da interessante fotografia. Lá no topo esqueci-me de colocar um “número 3” nas minhas preocupações com o filme; então, vamos lá: 3) Letícia Sabatella. Não tenho nada contra ela, mas sempre a achei um pouco limitada em seus trabalhos. Recentemente critiquei duramente sua atuação no singelo Não Por Acaso, mas acabo tendo que me desculpar pois Letícia está excelente em Romance. Wagner Moura dispensa elogios, como sempre, e Andréa Beltrão apresenta o melhor trabalho do elenco nesta fita. O que posso perceber é que Romance já é um dos filmes mais subestimados do nosso tempo e, infelizmente, não recebeu os elogios que merecia. Muito além de açucarar e, posteriormente, chocar o espectador com uma espécie de metáfora do amor trágico, a película celebra a arte.
Nota: 9,5
Informações sobre o filme, clique aqui.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Emmy 2009: Lead & Supporting Actor in a Drama Series
Esse cara é simplesmente genial. A primeira temporada de Breaking Bad foi, pra mim, o ar fresco de que a TV precisava: ousada, séria e bastante original. Bryan brilhou nela e continuou fazendo o mesmo - ou até mais - na segunda temporada. Merece o prêmio e acho que só um dos demais indicados está no mesmo patamar que ele: Hugh Laurie em House.
3. Jon Hamm, “The Mountain King” (Mad Men)
4. Simon Baker, “Pilot” (The Mentalist)
5. Michael C. Hall, “The Lion Sleeps Tonight” (Dexter)
6. Gabriel Byrne, “Gina, Week 4” (In Treatment)
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Damages, como já disse anteriormente, é uma série que expõe um trabalho de elenco impressionante. Glenn e Rose, minhas favoritas em suas categorias, se juntam a William e dominam a lista dedicada às séries dramáticas no que tange as categorias de atuação. Ele, como sempre, é extremamente centrado no que está fazendo e vai muito bem. Mas confesso que acho essa categoria extremamente fraca se comparada aos anos anteriores. Bato na mesma tecla: se Justin Chambers estivesse indicado, seria minha primeira opção. Minha felicidade, porém, fica por conta do merecido reconhecimento de Aaron Paul (Breaking Bad).
2. Aaron Paul, “Peekaboo” (Breaking Bad)
3. Michael Emerson, “Dead is Dead” (Lost)
4. Jon Slattery, "Six Month Leave" (Mad Men)
5. Cristian Clemenson, “Roe” (Boston Legal)
6. William Shatner, “Made in China/Last Call” (Boston Legal)
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Veronika Decide Morrer
Tudo gira em torno de Veronika (Sarah Michelle Gellar), uma moça que está num estágio avançado de depressão e tem consciência disso. O primeiro plano do filme mostra uma narração dela comentando como seria uma vida perfeita, mas sempre mostrando o lado pessimista disso tudo. Em seguida, ela decide se suicidar, pois nitidamente não se vê como pertencente ao nosso mundo. Este início vem para enganar o espectador uma vez que é genial e denota que tudo o que seguirá vai ser tão excelente quanto a introdução. Ledo engano. O plano da menina dá errado e ela acaba ficando duas semanas em coma e, depois disso, acorda num internato psiquiátrico. A partir daí, a diretora Emily Young mergulha seu filme num aquário de pretensão e o tempo todo faz questão de arrancar seu ritmo. Veronika, ao retomar a consciência, recebe a notícia que a tentativa de suicídio químico acarretou num problema cardíaco irreversível que levaria a moça à morte a qualquer instante. O que ocorre é que ela conhece alguns internos e aprende alguma coisa de valia com cada um deles e, aos poucos, vai aprendendo que o melhor remédio para a depressão, é a vida. Entre estes personagens secundários estão Mari (Melissa Leo, sensacional) e Edward (Jonathan Tucker). Este acaba por ser o estopim para que Veronika volte a dar valor à sua vida e também será decisivo para o desfecho.
À primeira vista, a conclusão da história é bastante emocionante e acabei derrubando uma ou duas lágrimas. Mas logo em seguida percebemos que é uma lição de moral muito forçada e clichê. O roteiro (Larry Gross e Roberta Hanley) tem seus altos e baixos, mas se fizermos uma média, ele fica um pouquinho abaixo dela. O forte da película, pra mim, é o elenco. Discordando piamente da maioria, acho a atuação de Sarah Michelle Gellar brilhante. Dosa momentos completamente mórbidos e fundo de poço, com os que mostram a redenção de sua personagem. Jonathan Tucker é bastante empenhado e, no geral, correto. E no elenco de suporte temos uma grata surpresa: Melissa Leo. Outra atuação extremamente interessante desta ótima atriz. Outro aspecto pouco comentado no mundo cinéfilo – injustamente, é verdade – é a trilha sonora. Percebam que ela segue direitinho todos os atos do filme: momentos bastante densos e fortes ou alegres e de alívio. No final das contas, quem não leu o livro mas conhece a literatura de Paulo Coelho, consegue saber que a essência do autor está ali. Veronika Decide Morrer tem seus vários erros, principalmente na leviana direção, mas também tem seus acertos.
Nota: 6,5
sábado, 22 de agosto de 2009
Que simpáticos!
► MasterBlog
1. Postar o selo.
2. Colocar no seu post o nome do blog que te indicou ao prêmio.3. Escrever uma mensagem de agradecimento ao blogueiro que te indicou.
4. Abaixo do selo descrever 5 características suas.5. Indicar o prêmio a 5 ou mais blogs para receber o selo.
Agradeço imensamente o carinho da Mayara por ter me indicado a este selo. Existem blogs e mais blogs por aí e estar presente numa lista pra receber uma condecoração é uma grande honra. Ainda mais se isto parte de uma amiga! Obrigado!
Características do blogueiro que vos fala: dedicado, feliz, cinéfilo, teimoso, apaixonado.
Indico:
Pedro (Cinema O Rama)
Jeff (Receio de Remorso)
Kamila (Cinéfila por Natureza)
Nespoli e Miojo (O Cara da Locadora)
Wally (Cine Vita)
► Vale a Pena Ficar de Olho Nesse Blog
1. Linkar o blog que te indicou.
2. Indicar 10 blogs que valem a pena serem seguidos.
Indico:
Vinícius (Blog do Vinícius)
Louis (Letters from Louis)
Fifeco (Cinema is My Life)
Tiago e Vivi (Cinefilando)
Ibertson (Cinema para Todos)
Weiner (A Grande Arte)
Hugo (Cinema - Filmes e Seriados)
Cleber (Club Cinéfilo)
Thiago (Conexão TV/Cinema)
Robson (Portal Cine)
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Década: Ator Coadjuvante
10. Djimon Hounsou em Terra de Sonhos
9. Chris Cooper em Adaptação
8. Barry Pepper em Três Enterros
7. Ed Harris em As Horas
6. Jackie Earle Haley em Pecados Íntimos
5. David Carradine em Kill Bill Vol. 2
4. Javier Bardem em Onde os Fracos Não Têm Vez
2. Benicio Del Toro em 21 Gramas
1. Heath Ledger, O Cavaleiro das Trevas
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Uma Rua Chamada Pecado
O filme é livremente baseado na peça de Tennessee Williams e adaptado desta por Oscar Saul. Nos apresenta a história de Stella (Kim Hunter) e Stanley (Marlon Brando), um casal que vive uma relação constante de amor e ódio mas que, no fim, aquele sentimento sempre reina. O que já era bastante obscuro transforma-se em algo sarcástico e misterioso com a chegada de Blanche DuBois (Vivien Leigh), irmã de Stella, a qual vai passar uns tempos junto ao casal. A atmosfera do filme torna-se pesada e bastante densa quando Blanche curiosamente – e de forma esquisita – começa a prestar atenção em Stanley e, pior, consuma-se uma relação nebulosa e cínica entre os dois. Óbvio que Stella tenta ser a favor do marido mas, ao mesmo tempo, deve acreditar nas histórias quase que utópicas de sua irmã. Cada dia parece ser pior que o outro na vida deste trio, e tudo piora quando Stanley descobre quem é, de fato, Blanche e uma verdade aparente vem à tona.
Na parte secundária ainda temos Mitch (Karl Malden) que é amigo de Stanley e se vê apaixonado por Blanche. O interessante, aqui, é a entonação dada ao passageiro romance entre os dois: claramente percebemos a entrega de Mitch e o desejo de esconder o passado por parte dela. Esconder não é a palavra certa; ela procura contornar tudo o que já aconteceu e seguir em frente, mas ainda assim ficamos confusos se é realmente esta a proposta de Blanche. Pode-se observar que, discretamente e sem ser intencional, a fita mostra a instalação do caos num local onde existia paz, mesmo que aparente. Mas este caos é o que torna o material impecável, já que é algo psicológico e não social ou que pende à violência bélica ou temas do tipo. E tudo é ratificado com cenas absurdamente ousadas e que tendem completamente às técnicas teatrais principalmente no que tange as atuações. As passagens que antecedem o final são fortes e incomodam o espectador até chegar num triunfal e inesquecível desfecho.
Como já frisei várias vezes no texto, as pitadas teatrais estão inseridas de forma louvável no filme. Elia Kazan, então, dirige tudo com uma cautela ímpar e conduz esta fita complicada como já havia feito anteriormente em A Luz é Para Todos. Sendo sincero, digo que não consigo expressar o que é a direção de Kazan. Consegue ser visceral em cada plano e, não contente, suga até o último suspiro de seus atores. E, antes tarde do que nunca, cá chegamos: o trabalho dos atores e atrizes. Nunca escondi que acho o trabalho de elenco de Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? o melhor da história. Mas também nunca fui louco de não concordar que o elenco de Uma Rua Chamada Pecado é quase tão genial quanto aquele. Kim Hunter é brilhante por conseguir mostrar os dois lados de uma mulher apaixonada pelo marido mas que, ao mesmo tempo, nutre um amor incondicional pela irmã. Karl Malden também mostra uma bela atuação que, no fundo, é bastante difícil. Mas parem tudo e chamem a NASA! As duas estrelas são, com certeza, Vivien Leigh e Marlon Brando. Não tem como, são duas interpretações impressionantes, magníficas. Ele, além do seu indiscutível porte de galã, consegue ministrar tons hilários com intensamente dramáticos e, claro, violentos. Ela, uma das minhas atrizes preferidas, simplesmente choca o mundo com a melhor atuação feminina de todos os tempos, pra mim. A sua expressividade é incomum e percebam que Vivien tem um dom único de falar pelo olhar, por gestos. Inclusive, sugiro que prestem atenção nos momentos em que Vivien e Marlon atuam juntos. Saem metáforas de seus olhares e frases completas de suas posturas e gestos. Não é coisa digna de ser chamada de obra-prima? Chorem, riam, se desesperem, odeiem e misturem os sentimentos que quiserem em Uma Rua Chamada Pecado; ela está ali... vocês sabem o endereço.
Nota: 10,0
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
De Repente, Califórnia
Informações sobre o filme, clique aqui.
sábado, 15 de agosto de 2009
Década: Atriz Coadjuvante
10. Rachel Weisz em Um Beijo Roubado
9. Natalie Portman em Closer - Perto Demais
8. Kate Hudson em Quase Famosos
7. Shohreh Aghdashloo em Casa de Areia e Névoa
6. Meryl Streep em Adaptação
5. Amy Adams em Retratos de Família
4. Miriam Muniz em Nina
3. Julianne Moore em As Horas
2. Cate Blanchett em Não Estou Lá
1. Kate Winslet, O Leitor (como já comentei no meu texto, Kate, a meu ver, é secundária no filme)