quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Década: Atriz

Após um tempo em rehab total do Bit e dos blogs parceiros (peço mil desculpas por isso!), volto com mais um top 10 sobre esta nossa década. Talvez o mais tranquilo de se fazer foi este das atrizes em papéis principais. Peço que as minhas queridas Naomi Watts (21 Gramas), Nicole Kidman (A Pele e Moulin Rouge! - Amor em Vermelho) e Isabelle Hupert (A Professora de Piano) me perdoem por não estarem na lista, mas faltou um espacinho...



10. Maggie Gyllenhaal em Sherrybaby



9. Jennifer Connelly em Casa de Areia e Névoa




8. Charlize Theron em Monster: Desejo Assassino





7. Annette Bening em Adorável Júlia




6. Helen Mirren em A Rainha




5. Imelda Staunton em O Segredo de Vera Drake





4. Kate Winslet em Foi Apenas Um Sonho






3. Julianne Moore em Longe do Paraíso




2. Felicity Huffman em Transamérica




1. Marion Cotillard em Piaf - Um Hino ao Amor


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Querô


Ao passo que o Brasil apresenta filmes interessantes nos quais a temática não é a violência, também produz mais do mesmo. Óbvio que lá em 2004 surgiu um ar fresco em tal gênero, Cidade de Deus, que ousou ao mostrar uma direção impecável de Fernando Meirelles. Mas ultimamente tenho deixado o ufanismo de lado e sendo justo ao avaliar certos filmes nacionais e Querô é a prova de que estou realmente pegando pesado em tal avaliação. Levando quatro prêmios importantes no Festival de Brasília – não sei como – a fita oscila entre o ruim e o péssimo e tal diferença de conceito é introduzida a ela em questão de frações de segundos. Amenizando um pouco minha decepção, digo que o diretor Carlos Cortez até tentou fazer algo inovador, mas a história é a mesma de sempre.

Querô (Maxwell Nascimento) é um garoto abandonado na vida: seu pai é desconhecido e sua mãe foi expulsa do prostíbulo onde trabalhava logo após dar a luz a ele. Maria Luisa Mendonça interpreta esta mãe que logo depois disso morre intoxicada com querosene e Querô acaba sendo criado pela dona do bordel. Entretanto, o menino começa a nutrir um ódio descomunal em sua alma devido aos maus tratos que recebia e logo se torna um projeto de marginal, vivendo de pequenos delitos. Não demora e ele vai para a FEBEN, lugar que será cenário de passagens inesquecíveis e cruéis na vida de Querô. Quando sua raiva chega ao auge, acaba por protagonizar uma rebelião bastante violenta e consegue fugir. Mas nada mais será fácil na vida deste menor-abandonado.

Baseado no livro de Plínio Marcos, o roteiro do próprio Carlos Cortez (pasmem, com colaboração do ótimo Bráulio Mantovani e Luiz Bolognesi) tenta fazer com que enxerguemos Querô como sendo um objeto, ou seja, uma bomba prestes a explodir em meio à violência. A idéia infundada de fazer do garoto, por vezes, um herói, é ridícula e o desfecho um grito desesperado do diretor, já que induz o espectador ao choque e ao choro. E tudo é piorado com uma fotografia horrorosa a qual me incomodou o filme todo por não ser menos que feia.

Ainda nos contras, temos o elenco. Há quem diga que Maxwell Nascimento desempenha um belo papel, mas eu discordo. Mas isso não é culpa dele, uma vez que o suporte que o diretor dá ao elenco é fraquíssimo. Vide as péssimas atuações de Milhem Cortaz e Aílton Graça. O que é pró ao filme?! O trabalho de edição e montagem é bastante interessante, pois mostra imagens distorcidas do passado de Querô durante duras cenas do presente. Mas devo implorar para alguns diretores: parem de tentar chocar o público com filmes que abordem a violência! O que me deixa um pouco aliviado é que parece que nosso candidato a uma vaga no próximo Oscar (Salve Geral) trata de tal tema de maneira mais válida e digna.


Nota: 3,5


Informações sobre o filme, clique aqui.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Emmy 2009: Comedy

E para fechar as listas dos meus favoritos, Roteiro, Direção e Série (Comédia):

Melhor Roteiro em Série Cômica

1. Matt Hubbard, “Reunion” – 30 Rock


Minha afinidade com 30 Rock é quase nula. Mas é o segundo ano que a série me agrada com o melhor roteiro cômico do ano. Na última edição do Emmy com o genial "Rosemary's Baby'' e este ano com o hilário e interessante "Reunion". Sinto falta de algum texto de The Big Bang Theory e Entourage na categoria e acho um exagero a indicação de "Kidney Now!".

2. James Bobin, Jemaine Clement e Bret McKenzie, “Prime Minister” - Flight of the Conchords
3. Ron Weiner, “Mamma Mia” – 30 Rock
4. Robert Carlock, “Apollo, Apollo” – 30 Rock
5. Jack Burditt e Robert Carlock, “Kidney Now!” – 30 Rock

Melhor Direção em Série Cômica

1. Julian Farino, “Tree Trippers” – Entourage




Como sempre, os trabalhos de direção de Entourage são impecáveis. Neste "Tree Trippers" temos de tudo um pouco, mas o mais destacável é a condução do elenco no episódio. Na realidade, acho que "Generalissimo" (30 Rock) deve vencer, com sobras, mas a lista se trata dos meus favoritos, então...

2. Beth McCarthy, “Reunion” – 30 Rock
3. James Bobin, “The Tough Brets” – Flight of the Conchords
4. Millicent Shelton, “Apollo, Apollo” – 30 Rock
5. Todd Holand, “Generalissimo” – 30 Rock
6. Jeff Blitz, “Stress Relief” – The Office

Melhor Série Cômica

1. Entourage



Que surpresa, não? Todos que me conhecem sabem que eu acho Entourage, junto com The Big Bang Theory e United States of Tara, a melhor série cômica do momento. 30 Rock não é a minha praia e esta temporada de The Office não me agradou at all. Pus em dia Flight of the Conchords e achei incrível! Por muito pouco não arrebata a primeira posição. Mas quem venceria, caso estivesse indicado, seria The Big Bang Theory. E não esqueçamos da horrorosa esnobada que deram em United States of Tara.

2. Flight of the Conchords
3. Weeds
4. 30 Rock
5. Family Guy
6. How I Meet Your Mother
7. The Office

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Emmy 2009: Drama

Esta é a penúltima postagem sobre os meus favoritos ao Emmy 2009. Aqui, falarei sobre as três categorias importantes acerca das séries dramáticas: Roteiro, Direção e Série. Sem mais, vamos às categorias (como sempre, em ordem decrescente de preferência):

Melhor Roteiro em Série Drama

1. Kater Gordon e Matthew Weiner, “Meditations in a Emergency” – Mad Men



Tenho uma pequena história para contar. Era uma vez um cara que ODIOU a primeira temporada de Mad Men. Mas não contente em ser o único com tal sentimento sobre a série, não a largou e hoje tem a plena certeza de que esta série é uma das melhores da atualidade (claro que estou falando de mim!). Falando especificamente dos materiais deste ano de Mad Men, o roteiro de "Meditations in a Emergency" é extraordinário. Bastante forte no sentido literal, este foi o melhor roteiro do ano. Mas permitam-me reclamar da exclusão de "Now or Never", capítulo que fechou de forma iompressionante a quinta temporada de Grey's Anatomy. E outro detalhe: cadê qualquer episódio de Big Love nesta categoria?

2. Matthew Weiner, “Jet Set” – Mad Men
3. Robin Veith e Matthew Weiner, “A Night to Remember” – Mad Men
4. André Jacquemetton, Maria Jacquemetton e Matthew Weiner, “Six Month Leave” – Mad Men
5. Carlton Cuse e Damon Lindelof, “The Incident” – Lost


Melhor Direção em Série Drama

1. Michael Rymer, “Daybreak (Parte 2)” – Battlestar Galactica

Pense numa série subestimada e multiplique por 100. O resultado é Battlestar Galactica: uma das séries mais legais dos últimos anos. E o mais interessante é que a série sempre apresenta trabalho formidáveis de direção e a segunda parte de "Daybreak" é perfeitinha e é óbvio que chorei, já que este episódio fechou a série de forma linda. Vale lembrar que "Trust Me" (Damages) ficou por muito pouco na segunda posição.

2. Todd A. Kessler, “Trust Me” – Damages
3. Phil Abraham, “The Jet Set” – Mad Men
4. Rod Holcomb, “And in The End” – ER
5. Bill D’Elia, “Mad in China/Last Call” – Boston Legal

Melhor Série Drama

1. Big Love


Alguns leitores sabem da minha paixão por Big Love. Pra mim, uma das coisas mais interessantes vistas nos últimos anos na televisão. Sem a menor dúvida, esta ousada série era o ar fresco de que todos precisávamos. Mostrando a história incrível de uma família polígama, Big Love se faz intenso - mas por oras engraçado - e bastante cauteloso. Com roteiros sempre inspirados, a série conta com um elenco absurdamente genial: Bill Paxton, Jeanne Tripplehorn, Chloë Sevigny e Ginnifer Goodwin. Entretanto, também gostaria de reclamar aqui. Grey's Anatomy fez uma quarta horrorosa, mas se reergueu de forma magistral nesta quinta. Por esse motivo, acho que a série merecia ser incluída na lista.

2. Damages
3. Mad Men
4. Breaking Bad
5. House
6. Lost

sábado, 12 de setembro de 2009

Cine/on Stage: My Fair Lady

Um belo dia no antigo mas também válido Bit of Everything, dividi com vocês uma experiência que tive no teatro. Pra quem não sabe, fui ator durante alguns anos do meu passado, mas hoje abandonei parcialmente tal atividade. Deste modo, fica meio evidente que teatro corre nas minhas veias e, de fato, sou vidrado em tudo o que rola on stage. Pra ser mais exato, os musicais são a minha grande paixão e tenho orgulho em dizer que o Brasil tem apresentado versões interessantes de clássicos da Broadway. Hoje eu abro este novo espaço no blog para debater sobre alguns musicais que viraram filme - ou vice-versa - e começo com os divinos materiais de Minha Bela Dama, ou num tom mais glamuroso, My Fair Lady.



O filme, escrito por George Bernard Shaw e Alan Jay Lerner e dirigido pelo sensacional George Cukor, conta a história de uma mendiga, Elisa (Audrey Hepburn), que vende flores nas escuras ruas de Londres em busca de alguns torcados. Numa noite como outra qualquer, Elisa conhece da forma mais hilária possível Henry (Rex Harrison), um brilhante professor de fonética que tem a capacidade única de tirar conclusões sobre as pessoas simplesmente ao ouvir seus sotaques. Chocado com o péssima manipulação verbal da mendiga, ele aposta com um amigo, Hugh (Wilfrid Hyde-White), que em seis meses fará de Elisa uma verdadeira dama. A mendiga, no fundo, sente que seria ótimo se pudesse se equiparar com as beldades da alta sociedade londrina e aceita ser "transformada" por Henry. Aqui começa uma saga cheia de detalhes que vão dos mais cômicos aos mais emocionantes em questão de segundos. Personagens que entram, personagens que saem; o filme é uma constante mudança de cenário e proposta. Uma das cenas mais incríveis da fita é justamente quando conhecemos Freddie (Jeremy Brat), que de pronto se apaixona por Elisa justo num momento em que ela "dá uma bola fora". Mas o destino da moça vai numa direção diferente do que ela esperava e tudo é ratificado num belo desfecho. A dupla de protagonistas, Audrey e Rex, é impressionante e a química entre eles a coisa mais linda de se ver. Ela compõe uma das mais brilhantes interpretações femininas que vi num musical. E tecnicamente, My Fair Lady é um luxo total. Apresenta de forma chocante os mais geniais e estarrecedores figurinos já vistos num filme, ao menos pra mim. Trocando em miúdos, o filme é um dos meus musicais preferidos e o mesmo digo do on stage...



...mas antes de falar dele, um recado: infelizmente não assisti à versão estrangeira, somente a nacional; mas vale comentar mesmo assim. O Brasil, pelas mãos do grande diretor Jorge Takla, montou o musical da forma mais requintada possível. De longe é uma das produções nacionais mais bem sucedidas e interessantes. Toda a cenografia é a réplica do filme e todo o figurino também. Takla tem uma capacidade incomum de dirigir elencos numerosos e não deixar a bagunça reinar no palco. Transpôs o filme para os palcos e adaptou "o Broadway" de maneira bastante precisa. O mais interessante desta peça, sem dúvida, é o elenco. Elisa é interpretada pela até então desconhecida dos palcos nacionais Amanda Acosta que faz um trabalho magistral, incrível. Desbancou as grandes e cobiçadas Sara Sarres e Kiara Sasso e deu um show. O mesmo digo de Daniel Boaventura (figurinha carimbada nas produções de Takla) que faz um Henry melhor que o de Rex, a meu ver. É bom dizer que todo o elenco tem um contato único com o público, ou seja, passam uma energia incrível aos espectadores. A montagem brasileira de um clássico do cinema mundial, não perde em nada para as montagens americanas e inglesas. Aguardem os próximos textos deste novo espaço. Falremos de Rent!, West Side Story, Chicago, Mamma Mia!, A Bela e a Fera, Haispray, Wicked (que está ganhando uma versão cinematográfica), Avenue Q (apesar de ser intransponível ao cinema, vale ser comentado como musical de teatro).

Nota para o filme: 9,5
Nota para o on stage: 9,0

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Década: Roteiro Adaptado

Peço que antes que vejam a lista, arranquem dos bolsos quaisquer materiais perfurocortantes que possam me fazer algum tipo de mal. Brincadeiras doentias à parte, digo que esta lista é a que mais será massacrada por alguns dos leitores. Mas felizmente nossas mentes são munidas de personalidade própria, o que torna nosso mundo tão rico em opiniões, não é mesmo? Vamos à ela, então:


10. Robert Nelson Jacobs, Chegadas e Partidas



9. Hayao Miyazaki, O Castelo Animado




8. Alexander Payne e Jim Taylor, Sideways - Entre Umas e Outras



7. Frances Walsh, Philippa Boyens e Peter Jackson, O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel




6. David Magee, Em Busca da Terra do Nunca




5. Bill Condon, Chicago




4. Patrick Marber, Closer - Perto Demais




3. Eric Roth, O Curioso Caso de Benjamin Button




2. Paul Thomas Anderson, Sangue Negro




1. David Hare, As Horas


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras


É inegável que a Pixar é hoje uma das mais fascinantes produtoras do gênero animação. Já foi responsável pela concepção de duas obras-primas do nosso tempo, Toy Story e Procurando Nemo, mas devo frisar que, indo contra a maioria, tenho problemas com a sua última produção, Wall-e. Após conferir o trailer da mais nova animação, Up, fiquei apreensivo pois de pronto percebi que ele era veículo para alguma grande mensagem. Wall-e também apelou à mensagem, mas acredito que seja um tanto quanto pretensiosa a sua execução. Pois Up – Altas Aventuras, lança mão de momentos extremamente reflexivos que em sua maioria se fazem bastante singelos e humildes.

Pete Docter e Bob Peterson (que já trabalharam juntos no sensacional Monstros S.A), dirigem a fita e apresentam um primeiro ato lindíssimo que já é uma idéia do que teremos nas cenas a seguir. Digo que é somente uma idéia, pois infelizmente o filme tem alguns problemas de balanceamentos de ritmo e isto acaba por deixar o espectador um pouco inquieto. Up – Altas Aventuras escracha a vida de Carl, um velhote dos mais rabugentos que desde sempre teve o sonho de explorar o mundo, mas atualmente, aos 78 anos, já nem consegue mais enxergar tal realização, tamanha a sua distância. Entretanto, numa reviravolta muito bem bolada pelos roteiristas, entra em cena o jovenzinho Russell, que diz ser um explorador naturalista. Os personagens nos são apresentados de forma perfeita e já conseguimos entender que um é o completo oposto do outro. Cabe ao carismático e vivaz Russell ensinar o resmungão e chato Carl a reaprender a viver, e para que isso ocorra, eles entram numa jornada incomum além mar e terra que nos proporcionará cenas emocionantes (nem comento sobre chorar ou não, por que vocês já sabem o que vou dizer).

Concordo que este meu segundo parágrafo os prepara para uma nota exorbitantemente alta no final. Mas vamos com calma, muita calma. A premissa é, de fato, impecável mas a condução desta premissa enquanto roteiro é um pouquinho falha. Na realidade, acredito que a introdução seja algo único, o desenvolvimento tem mais altos do que baixos, mas o desfecho não é tão memorável quanto se espera. O que também me preocupa é a tentativa de desvirtuar Carl e fazê-lo uma espécie de vilão (contudo, preciso dar uma revisada nisto). O mais interessante acerca de Up é, com certeza, a mensagem de vida contida nele. E percebam que a película fala de vida no sentido mais amplo possível da palavra: não só mostra um começo, mas sim um recomeço; e vai muito além ao tocar em pontos fortes como sonhos e a possibilidade de sempre realizá-los.

Sou um dos que sempre defendeu a unhas e dentes o trabalho técnico de Procurando Nemo como sendo um dos mais impressionantes já vistos numa animação. Depois de ver Up, continuo achando o mesmo, mas consigo enxergar um trabalho de “laboratório” digno de muita nota. A equipe do filme constrói cenários coloridos que chegam a brilhar em nossos olhos. Por muitas vezes pensei estar numa bela e elegante exposição de quadros em algum bom museu francês. Ainda na parte visual, a riqueza de detalhes é bastante evidente, mas esperava algo mais impressionante, de novo, que Procurando Nemo. Outro grande trunfo do filme é a excelente composição musical de Michael Giacchino: sempre tentando fazer menção à aventura, à freneticidade e à tudo de mais alegre que existe. E, em resumo, o novo filhote da Pixar é isso. Uma pequena ode aos que realizam seus sonhos e, desta forma, aproveitam a vida.

Nota: 8,5



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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cor de rosa e autêntica...


Não tem como: pra mim, a atuação de Felicity Huffman em Transamérica é uma coisa de outro mundo. Pensem que ela interpreta um homem que quer ser mulher, mas ela é uma atriz, e não um ator - o que torna tudo mais difícil. O filme, escrito e dirigido por Duncan Tucker, por si só é incrível. Quando Bree (Felicity) está prestes a realizar a tão esperada cirurgia de mudança de sexo, "ela" descobre que no passado engravidou uma mulher e, assim, tem um filho, Toby (Kevin Zegers). Este, diferente do que Bree esperava, é um garoto problemático que usa drogas, se prostitui e sonha em ser ator pornô. Tocada pela histórico pervertido de Toby, Bree sente que precisa ajudá-lo e, desta forma, eles embarcam numa viagem cômica e diferente pelas estradas mais diferentes dos Estados Unidos. O mais interessante aqui é a evolução que percebemos no que diz respeito à amizade que se forma entre os dois. Tucker, diferente do que alguns esperaram, despeja uma bela dose de sensibilidade neste subestimado filme. Ao mesmo tempo em que rimos com as caras e bocas de Bree, nos emocionamos; afinal, ela é um ser humano munida de um bom coração. Um filme simples, mas que no final se torna gigantesco. O desabafo final de Bree, já nos momentos finais, é uma das mais belas cenas que vi nesta década. Chega a ser uma vergonha Felicity perder o Oscar para a insosa Reese Witherspoon no mais insoso ainda, Walk the Line.


Nota: 9,0



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***MINHA VIDA ANDA UM POUCO CORRIDA POR CONTA DA FACULDADE E POR ISSO ANDO ATUALIZANDO O BLOG COM MENOR FREQUÊNCIA. TAMBÉM PEÇO DESCULPAS AOS BLOGS PARCEIROS POR NÃO ESTAR COMENTADO DIARIAMENTE COMO FAZIA. MAS JÁ JÁ TUDO VOLTA AO NORMAL!

sábado, 5 de setembro de 2009

Confissões de Uma Garota de Programa


Se formos analisar alguns filmes da paradoxal filmografia de Steven Soderbergh, sempre encontraremos algo em comum entre seus filmes: a profundidade com a qual ele lida com o desenvolvimento de seus personagens. Na maioria das vezes – e isso não inclui filmes fracos como Sexo, Mentiras e Videotape e ruins como Full Frontal – Steven delineia cada personagem como se fossem únicos no enredo e, óbvio, isto é de se louvar. Outra marca registrada deste diretor é a quase que constante estilização visual que utiliza não só no modo de filmar, mas sim na disposição e inserção de cores nas fitas. Esta combinação deu certo no genial Traffic e no interessante Bubble. Mas quem se aventurar no seu novo filme, Confissões de Uma Garota de Programa, irá perceber que Soderbergh, de maneira triste e quase desastrosa, tropeça nas suas próprias facetas.

O filme, escrito por Brian Koppelman e David Levien, tem míseros 78 minutos e mostra cinco dias na vida de Chelsea (a atriz pornô Sasha Grey), uma garota de programa de luxo, que atende clientes da alta sociedade de Manhattan. Mas logo percebemos que o título original em inglês, The Girlfriend Experience, é muito mais válido, já que Sasha é uma espécie de namorada de aluguel, pois não só oferece sexo aos seus clientes, mas sim companheirismo e conversa. Com isso, ela sente que o mundo sempre dá voltas ao seu favor e tudo é ratificado pela presença de seu namorado que, de forma bastante intrínseca, não tem problemas com a vida profissional da moça. Mas é claro que este é um universo dito bittersweet por muitos, uma vez que ao mesmo tempo em que é ótimo por ser bem remunerado, é vulgar e, por vezes, perigoso. O que é válido perceber é que quando você está nesse tipo de nicho, conhece muitas pessoas e, por esse motivo, nunca sabe o que encontrará pela frente.

Num primeiro momento, a premissa pode trazer a sensação de ser um filme extremamente bem feito. Mas pensem que eu sequer citei os demais personagens do filme e isso é fácil de explicar: tudo é manipulado da forma mais fria e distante do espectador possível. Começamos sem conhecer Chelsea e terminamos exatamente da mesma maneira. Sei que às vezes é interessante sermos submetidos ao mistério acerca do personagem, mas como se trata de uma película quase que biográfica, este recurso “textual” é completamente inválido e utópico. Também se espera algo bastante suave e original durante os programas da moça, já que é uma espécie de consulta psicológica íntima; contudo, elas são nota zero em termos de emoção.

Steven, desta forma, falha o tempo todo na transposição do roteiro. E esta falha tange tudo, até a disposição de cenas. O único aspecto positivo é a sempre genial estilização visual que a câmera deste diretor propõe: juntamente com um belo trabalho fotográfico, a composição das cores e ângulos é quase caótica – claro, num ótimo sentido. Mas de que adianta algo visualmente deslumbrante se o essencial – o enredo – é parcialmente inexistente? E outra: o elenco é inerte. Sasha Grey não incomoda, mas é um pólipo em cena, o tempo todo com a mesma expressão facial. Exceto por uma cena, talvez a mais interessante do filme, em que mostra certa profundidade emocional. A idéia de querer mostrar a vida de uma garota de programa de luxo é batida, mas dependendo do modo como é exposta, poderia render algo válido. Os roteiristas erram, Steven erra (mesmo com belo trabalho técnico) e o elenco nem a capacidade de errar teve.


Nota: 4,5

Informações sobre o filme, clique aqui.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Emmy 2009: Actors in Comedy

Para não deixar muito cansativo, vou postar todos os meus favoritos nas categorias dedicadas às atuações em Comédia no Emmy 2009. As categorias mostradas agora serão, nesta ordem: Lead Actress, Supporting Actress, Lead Actor e Supporting Actor. Lembrando que são em ordem decrescente de favoritismo.

Lead Actress

1. Toni Collette, “Pilot” (United States of Tara)


2. Julia Louis-Dreyfus, “Everybody Says I Love You Except Richie” (The New Adventures of Old Christine)
3. Tina Fey, “Reunion” (30 Rock)
4. Mary-Louise Parker, “Lady’s a Charm” (Weeds)
5. Sarah Silverman, “There’s no Place Like Homeless” (The Sarah Silverman Program)
6. Christina Applegate, “The Pill” (Samatha Who?)

Supporting Actress

1. Amy Poehler, “Josh Brolin” (Saturday Night Live)




2. Elizabeth Perkins, “No Man is Pudding” (Weeds)
3. Kristin Wiig, “Neil Patrick Harris” (Saturday Night Live)
4. Jane Krakowski, “The Ones” (30 Rock)
5. Vanessa Williams, “The Fall Issue” (Ugly Betty)6. Kristin Chenoweth, “Bad Habits” (Pushing Daisies)


Lead Actor

1. Jim Parsons, “The Bath Item Gift Hypothesis” (The Big Bang Theory)



2. Jemaine Clement, “Unnatural Love” (Flight of the Conchords)
3. Alec Baldwin, “Generalissimo” (30 Rock)
4. Tony Shalhoub, “Mr. Monk and the Miracle” (Monk)
5. Charlie Sheen, “Is It the 'Ocu' or the 'Pado'?” (Two and a Half Men)
6. Steve Carell, “Broke” (The Office)

Supporting Actor

1. Neil Patrick Harris, “Benefits” (How I Meet Your Mother)



2. Jon Cryer, “Sir Lancelot’s Litterbox” (Two and a Half Men)
3. Kevin Dillon, “Tree Trippers” (Entourage)
4. Tracy Morgan, “The Funcooker” (30 Rock)
5. Jake McBrayer, “The Bubble” (30 Rock)
6. Rainn Wilson, “Heavy Competition” (The Oficce)